Eu e o mar...

Em mais uma tentativa de fuga, me retirei do círculo que cerca o nosso mundo e de malas prontas segui viagem.
Inútil...
Não adiantou tentar fugir, onde eu ia você ia comigo. Eu forçava a mente a se distrair com o que me era oferecido e não adiantava, tudo me lembrava você, nós dois.
Enquanto a multidão se divertia entre bebida, resenhas, gargalhadas...Aquela sensação de solidão em meio a um monte de gente me tomou. Era a saudade apertando o peito, a falta que a tua falta me fazia.
Corri pro mar, sentei-me de frente pra ele e, ao contemplar o sol que, naquele momento se punha, me entreguei as minhas lembranças, aos meus fantasmas, as minhas inseguranças, ao medo, a solidão.
Olhando o mar eu me questionava em vão, eram perguntas que eu não sabia as respostas, ou, lá no fundo, preferia não saber. As lágrimas iam caindo devagar, sem que eu conseguisse ou pudesse contê-las. O peito ia apertando ainda mais, a cabeça e o coração haviam entrado em atrito novamente e a confusão estava formada. Eu me sentia perdida.
Sabe quando você sente a tua balança brigando pra ver quem pesa mais, a tristeza ou a felicidade? Ou quando você almeja muito uma coisa, e quando ela parece estar pra acontecer, você tem medo, se sente insegura, sem saber como vai ser daqui pra frente? Ou quando você questiona algo o tempo inteiro, rezando pra que a resposta jamais venha por temer que esta seja contra o que deseja? É mais ou menos o que ta acontecendo comigo.
Agora, eu queria colo, o teu colo, mar. Queria aquele lugar só pra mim, que toda e cada uma daquelas pessoas que nos cercavam evaporassem em segundos e fossemos só eu, o sol que não demoraria a ir também e você, mar. Queria essa calma que só você e aqueles braços conseguem me trasmitir. Queria poder chorar, misturar as minhas lágrimas as tuas águas,  sem receio de ninguém ver e me perguntar o que estava acontecendo. Queria que o único ruído a ouvir, fossem das tuas ondas se desdobrando em minha frente, como crianças que dão cambalhotas querendo diversão, mesmo eu não estando pra brincadeira. Queria que esse momento se estendesse até eu me sentir recarregada para enfrentar o mundo. Mas não dá né? A realidade é outra.
E agora mar, o que é que eu faço? Como faço pra me desapegar das minhas inseguranças, meus fantasmas, meus medos? Como faço pra me desapegar dessa mania de acreditar nas pessoas mesmo diante de evidências que me provam o contrário? Como faço pra aprender a viver sem aquilo que já faz parte de mim? Como faço pra me convencer que preciso dar mais ouvido a razão e menos ao coração?

Você não sabe, né mar??? Imaginei que não. Ninguém sabe. E assim continuo, cheia de perguntas e nenhuma resposta....

Dila Mota

http://www.youtube.com/watch?v=_7Fb-TJQNcM&feature=player_embedded
(Huu - Hey Soul Sister)


Comentários

  1. Me identifico em cada letra, em cada apelo ao coração... meu coração é doido de pedra, as vezes ele diz VAI, as vezes ele diz VOLTA. Mas ele nunca diz ESQUECE.
    E eu odeio ele por isso...


    Mas te amo!
    beijos

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  2. Éé... acho que nossos corações tem muito em comum amiga!!! Doidos de pedra! Loucos e desvairados, por tanto amar, por tanto querer, querer ser amado!

    Odeia ele não... cedo ou tarde ele aprende, e quando isso acontecer, você vai estar com uma pessoa incrível e vai agradecê-lo por ter sido tão doido, por ter te feito sofrer tanto antes de encontrar a felicidade! Você vai poder vivê-la com maturidade!

    Te amo sua linda!

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