Que saudade imensa me bateu agora. E sim, eu tô andando de um lado pro outro do quarto, olhando pra cima pra conter as lágrimas, xingando todos os nomes que conheço e inventando novos. As lágrimas caem, eu enxugo e elas teimam em escorrer pela minha face.
Sento num canto qualquer, e me entrego... desabo, me vejo caída no chão e permito-me esvaziar essa dor que sufoca o peito.
Longos minutos se passaram, jogada naquele abismo frio, escuro, silencioso o suficiente para que o barulho dos meus pensamentos ecoassem de maneira estrondosa. Que saudade imensa de você!
Mas dessa vez, diferente das outras, apesar da falta perversa que tua ausência me causa, isso não é motivo deu te buscar, me reaproximar, ceder e voltar a viver tudo aquilo que por anos foi causando pequenas feridas e dores. Diferente das outras vezes, apesar da vontade louca, existe algo em mim que consegue ter mais força do que o desejo de ter você comigo.
Fico de longe, vez ou outra buscando uma maneira de ter notícias tua, me certificar do quanto é fácil pra você seguir e viver sem mim. Acho que de alguma maneira, isso me ajuda, me impulsiona a encontrar um jeito de fazer o mesmo. Em momentos assim, já me peguei sorrindo ao olhar um sorriso teu ou te vendo fazer piada de coisas bobas. Em outros me pus reflexiva sobre tudo que já vivemos. Em tantos outros, respirei e pensei: É isso, mocinha... a vida tem dessas coisas. A história de vocês já deu o que tinha que dar... Fica firme, amanha vai doer menos e um dia, não vai doer mais.
Vai ver, essa imensidão de saudade, tristeza, desespero e lágrimas, faz parte do processo lento de desapego. Do processo doloroso de ressignificação. E eu só imploro à Aquele que me guia, que siga me fortalecendo e me dando sabedoria. Tenho me orgulhado muito da mulher que venho me tornando e sei, que por mais difícil que seja algo... Eu sou capaz de conseguir. Esquecer você, não está fora disso!
Dila Mota
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