Hoje, depois de muitos anos, pela primeira vez eu acordei e você não foi o primeiro pensamento do meu dia.
Hoje, depois de muitos anos, pela primeira vez me aconteceram coisas e não tive o impulso de querer desesperadamente, compartilhar com você.
Hoje, depois de muitos anos, me peguei pensando no futuro, fazendo planos, e você não estava lá.
Eu ainda penso em você, ainda sinto fortemente a tua falta. Me pergunto diversas vezes como você possa estar ou o que você está fazendo. Ainda sou surpreendida por inúmeras coisas que levam meu pensamento a momentos, lugares e conversas que tivemos. Me questiono vez ou outra, como seria se você tivesse tido a coragem de apostar em nós. Ainda tem amor aqui no peito...
E justamente por isso, é estranho perceber outra pessoa ocupando espaços que por tanto tempo foram apenas seus. Ver outra pessoa vivendo coisas comigo, que sonhei viver com você.
Alguns sentimentos se misturam e fazem uma bagunça no peito. Mas outros, de alguma maneira e sem esforço meu, conseguiram se organizar e achar espaço pra que outro alguém conseguisse ocupar essa casa que apenas você morava.
Esses dias fiquei pensando em como facilmente, ao saber que eu estava conhecendo outra pessoa, num: vixe - você recuou e foi embora sem olhar pra trás. Deixou de me seguir nas redes sociais e tá vivendo sua vida como se a minha ausência não fizesse a menor diferença.
Eu poderia dizer que gostaria de ser assim... Mas não! O que eu senti e vivi, foi real, intenso, forte e genuíno. Eu não conseguiria simplesmente apagar tudo da noite pro dia e fingir que você não fez parte da minha história. Mas consigo caminhar pra frente, me permitindo aceitar gestos e sentimentos que mesmo não vindo de você, voltei a entender que eu mereço.
Eu só espero, que no dia que me ver sendo feliz ao lado de outro, você esteja tão feliz quanto, a ponto de não se arrepender por ter me deixado ir. Por ter se apegado a milhões de justificativas que nos impediram de viver a imensidão de experiências que poderíamos ter vivido juntos. Por ter perdido alguém que verdadeiramente te amou... Mas, depois de muitos anos, entendeu que precisava se amar mais.
Dila Mota
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