Ninguém entenderia... então guardo tudo pra mim.





Os ombros tem sentido cada vez maior o peso de tudo que tem acontecido.
Os raios de luz e cores que traziam alegria para os meus dias, tem perdido espaço para uma enorme nuvem carregada, anunciando tempestade.
Vira e mexe me pego parada, revivendo momentos e sentimentos. Me questionando incessantemente. Lágrimas rolam no rosto sem que eu consiga controlar. O peito aperta. Tudo tão intenso, tão imenso, que tenho medo de não suportar.
Ninguém entenderia... então guardo tudo pra mim.

Tenho lutado por mim... insistido em mim... repetido diariamente que tudo isso precisa de alguma forma me tornar gigante diante da minha história. Mas não me engano, é um momento que pede de mim uma força que não sei se sou dona.

Me olho e não me vejo. Um abismo profundo é tudo que enxergo por dentro. Sinto falta de mim, sinto falta de você, sinto falta do que fomos e do que nunca vamos ser. Sinto falta daquilo que construímos juntos e daquilo que abrimos mão... também juntos. Dói tanto, sangra sem parar.

Questionamentos que por anos me assombraram, se tornaram pequenos diante de novas dúvidas que surgiram. E eu já não quero mais tentar me convencer, nem te convencer. Os ombros doem, o peso é tanto que o cansaço me paralisa.

Ninguém entenderia... então guardo tudo pra mim.
Não sei até quando, mas até lá, mesmo cansada, mesmo sangrando, mesmo doendo... Quem me olhar vai enxergar um sorriso, simplesmente porque ninguém entenderia... então guardo tudo pra mim.

Dila Mota

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