Só um desabafo...



Faz pouco mais de um mês que tomei a difícil decisão de encarar os fatos - Acabou! -.
O amontoado de frustrações e decepções já havia me submergido. A minha paciência pra esperar que o milagre da atitude e coragem caíssem sobre você, já havia ultrapassado todos os meus limites. Eu já não tinha mais forças pra lutar, eu já não sabia mais se valia a pena insistir. Você e suas ações só negativavam toda misera esperança que esse coração teimoso, ainda soprava como quem tenta manter a brasa que esta se apagando.
Naquela noite eu só pedi a Deus que me desse força, eu estava despedaçada. Deitar a cabeça no travesseiro foi como dar um play nos nossos momentos. Cada sorriso teu, cada declaração, cada toque, cada olhar... Nossas viagens, nossas loucuras, nossos planos. Nossa sede um do outro, nosso beijo tão singular, o teu cheiro. Tantas coisas, tantas verdades, tentas mentiras e uma certeza; eu precisava destruir cada pedacinho desse amor imenso que existe aqui dentro.
Não é algo fácil, eu ainda o amo e pra que isso mude ainda leva um tempo, mas eu tenho me sentido orgulhosa da minha força e determinação. Não choro e não me permito entristecer pela falta que você faz. Não dou espaço pra que a mente fique vazia, sei que isso seria a brecha perfeita pra que as nossas lembranças se aproveitassem pra ocupar meus pensamentos. As vezes o meu filho insistia em questionar e me fazer lembrar o "tio" que ele ama como um "pai", e eu precisei esquecer que ele é só uma criança e conversar com ele como adulto, pra que ele pudesse me ajudar... E de um jeito tão lindo, ele foi compreensivo. Tenho tentado evitar os lugares onde imagino que possivelmente esbarraremos, mas quando é inevitável, a certeza de que esquecer o que passou e olhar pra frente é o melhor pra mim, me faz segurar a vontade de congelar os meus olhos em tua direção e ficar imaginando como você deve estar sem mim. Aliás, questionamentos como esse eu já nem me faço mais, é melhor não saber de você, nem da sua vida, já que a nossa vida já não tem mais nada a ver.
Só preciso confessar uma coisa... Agora, enquanto eu escrevia, uma música me pegou desprevenida e me fez lembrar você daquele jeito nosso, a saudade bateu. As lágrimas ameaçaram cair, as lembranças chegaram a bagunçar a minha mente, o coração acelerou e apertou o peito. Mas é natural não é? Eu sou forte mas não sou de ferro! E o jeito é respirar fundo, mudar a música e continuar seguindo em frente, lembrando que o foco agora sou eu, e na eu de agora, metades não me preenchem.
Sendo assim... insistir em você, é como viver sem ser preenchida. Não vale a pena...

Dila Mota

Comentários