Quero e gosto de querer...

Devo me culpar por te querer tanto?
Não que seja algo que eu tenha controle e evite caso me condenem culpada, mas admito que não me esforçaria para não te querer caso me fosse dada a possibilidade. Quero e gosto de querer.
Querer você quando a solidão da noite decide me tomar.
Quando a saudade me tortura e me tira o sono. 
Quando o quilometro que separa a minha casa da tua parece a distância entre a escuridão que a tua falta me causa e a luz da lua cheia que aprecio da minha janela enquanto imagino o que fazes sem mim.
Quando o espaço de tempo que alonga a minha ansiedade em te sentir pertinho é o espaço que separam os nossos corpos ardendo de desejo enquanto se olham antes de nos entregarmos um ao outro.
Querer você quando queimo feito o sol do verão em noites de inverno ou, quando no inverno desejo o teu abraço pra me esquentar.
Querer você durante o banho, durante o café da manhã, pra almoçar comigo ou me jantar. 
Te querer de manhanzinha, com a cara ainda amassada. Durante a tarde, na fugida do trabalho. De noitinha pra contar estrelas da varanda ou de madrugada pra matar a sede de te amar.
Te querer quando quero não querer ou quando quero querer mais. 
Quando sinto um tambor dentro do peito só em te olhar, sorrindo, pra mim. 
Sentindo a paz e a inquietude se unirem toda vez que nossos corpos se aproximam e os meus braços te laçam como o a luz do mar que abraça o mesmo e ilumina a noite do pescador solitário. 
Quando a minha boca te chama em silêncio. Beijando-te como beija o beija-flor cada flor que pousa, sentindo o doce do teu pólem nos meus lábios que já almejam mais que uma flor, querem o jardim todo, quero mais que tua boca e então passeio pelo teu corpo inteiro.
Te querer quando imagino o futuro.
Te querer sempre presente no meu presente.
Te querer tanto que já te queria num passado em que você ainda nem existia pra mim.
Te querer pra mim, te querer meu, te querer em mim.
Sempre e pra sempre, sem limite, sem tempo, sem porque nem pra quê, apenas por querer, por desejar, por não mais saber viver sem ter.
Querer suave, de leve, mansinho, encaixado como concha, grudando a pele com o suor de quem amou, de quem ainda quer amar, de quem ainda não saciou.
Querer com força, de um jeito selvagem, querer gritando pra que o tempo não passe, pra que os nossos desejos não precisem se distânciar, para que eu possa sem pressa te amar.
É tanto querer que falta tempo, espaço... 
É tanto querer que tenho medo, medo de ser condenada, sem perceber já me condenando.
Enquanto o julgamento é apenas de mim para mim, a minha pena é exatamente te querer e como o querer é recíproco, rogo para que sejamos julgados juntos.
Se assim for... 
Podem me dar prisão perpétua e cumprirei feliz a minha pena pois terei a vida inteira ao teu lado para gastar esse nosso querer.

Dila Mota

Comentários

  1. Incrível ver como o hábito de escrever é "manipulador". De repente a gente se vê refém de juntar nossa vida em leras bem arranjadas pra listar desejos e realizações em prosa.
    Se continuar se rendendo às letras assim, vai chegar para além do infinito.
    Quando não dominamos nossos sentimentos, o que escrevemos domina o sentimento dos outros. E foi lindo ler e me emocionar com seus avanços com as palavras.
    Estás rendida, mãzinha. E não só pela escrita.. rs

    TE AMO! ♥

    ResponderExcluir
  2. Pois é manzinha... e devo o meu avanço a você que sempre me incentivou e ao namoradinho que me serve de inspiração.
    Quem diria, Dila rendida pela escrita e pela paixão!! Ahh o mundoo... rs

    Beijos
    Te amo muito!

    ResponderExcluir

Postar um comentário